Natural, renovável, reutilizável, 100% biodegradável e reciclável… a nossa cortiça!

Natural, renovável, reutilizável, 100% biodegradável e reciclável… a nossa cortiça!

Somos frequentemente alertados para a necessidade de agir de forma sustentável e amiga do ambiente. O nosso planeta tem-se manifestado de forma tão preocupante que nos leva a refletir e pensar como agir. Estará sempre ao nosso alcance contribuir com um pouco que seja, começando pelos pequenos gestos diários e continuando nos setores em que atuamos diariamente.

Sabia que o setor de construção civil é um dos maiores poluidores do meio ambiente? Perante tal facto é fundamental que a construção civil utilize cada vez mais materiais biodegradáveis para reduzir a sua pegada no ambiente.

O uso de materiais biodegradáveis nem sempre se coloca na hora de planear a construção. Aliado à disponibilidade dos materiais e ao seu custo, o desconhecimento dos mesmos por parte dos projetistas contribui para que os materiais biodegradáveis ainda não sejam a escolha mais comum.

Recorrer aos materiais vernaculares poderá ser uma boa opção se pensarmos que usar o que é próprio do local evita o custo do transporte, reduzindo emissões de CO2 e poupando nos custos.

Falemos então de um produto biodegradável que é tão nosso… a Cortiça!

Portugal é líder mundial na produção de cortiça. Com cerca de 100 mil toneladas anuais de cortiça, Portugal é o maior produtor do mundo deste material de origem vegetal, representando metade da produção global.

A cortiça, sendo um produto 100% natural, renovável, reciclável e reutilizável, apresenta-se como uma excelente alternativa para reduzir a dependência global de produtos não renováveis.

São inúmeras as aplicações deste material na construção civil, dadas as propriedades únicas deste material, como a durabilidade, a leveza, a absorção ao choque e a capacidade de isolamento térmico e acústico.

O mito de que a cortiça «só serve para fazer rolhas» tem sido contrariado pelo excelente desempenho do produto em projetos de grande destaque da arquitetura internacional.

Entre os projetos mais recentes e emblemáticos no nosso país podemos referir o Terminal de Cruzeiros de Lisboa do arquiteto João Luís Carrilho da Graça, cujas paredes e fachadas são compostas de um material inovador que combina betão com cortiça, resultando numa estrutura 40% mais leve e com uma aparência única.

Lembramos ainda os pavilhões de Portugal da Expo Hanôver 2000, dos arquitetos Souto Moura e Siza Vieira, galardoados com o prémio Pritzker.

A cortiça fascina qualquer um. Tão versátil, é utilizada em setores tão diversos como o vestuário, o mobiliário, o design, a construção, pois apresenta-se como uma matéria-prima sensorial e com características tão singulares que desperta o interesse de técnicos e criativos. A cortiça adapta-se na perfeição às tendências atuais de arquitetura e design.

Por tudo isto, a aposta neste material amigo do ambiente, nomeadamente no setor da construção que se assume como um dos mais poluidores, vai revelar-se uma escolha adequada e ecológica, trazendo benefícios para o ambiente e também para as pessoas, que vão beneficiar de edifícios mais eficientes e saudáveis.

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