A mulher no mundo da Engenharia

No dia 8 de março é celebrado em todo o mundo o dia da mulher. Trata-se de uma forma de reconhecimento de todas as conquistas sociais, políticas e culturais das mulheres, sendo também uma oportunidade de chamada de atenção para a sua igualdade de direitos e condições.

A Engenharia foi ao longo dos tempos, associada a trabalho braçal e de força, sendo por isso, na sua base histórica, uma profissão mais direcionada aos homens. No entanto, ao longo dos anos, esta ideia tem vindo a ser contrariada, pelo aparecimento de cada vez mais mais mulheres nos diversos setores da engenharia.

No caso da Engenharia Civil, seguem-se alguns exemplos de mulheres pioneiras.

Nora Stanton

Foi a primeira mulher aceite como membro da Sociedade Americana de Engenheiros Civis e que tentou sempre defender a condição feminina, enquanto membro ativista do sufrágio feminino. Trabalhou, para a Companhia Americana de Pontes e para o Conselho de Abastecimento de Água de Nova York.

Emily Warren Roebling

É conhecida por um dos grandes projetos de engenharia dos EUA: a ponte do Brooklyn. Com o seu vasto conhecimento não só em matemática, mas também em materiais de construção, possibilitou a construção de um ícone sem precedentes. Emily assumiu o lugar do marido e do sogro como engenheira chefe e comandou a obra com maestria.

Olive Dennis

Nascida em 1885 na Pensilvânia, Dennis desenvolveu uma afinidade para a engenharia desde pequena, em vez de brincar com bonecas construía as casas para elas viverem.

Recusando que as barreiras de género a impedissem de prosseguir no mundo da engenharia civil, em 1920, conseguiu emprego no departamento de engenharia da B & O Railroad e tornou-se a na primeira mulher a juntar-se ao American Railway Engineers Association.

A “Lady Engineer”, como era apelidada revolucionou o mundo das carruagens, com a introdução de inúmeras inovações, como são exemplos as de janelas individuais reguladas pelo passageiro e os bancos reclináveis.

Maria Amélia Chaves

Foi a primeira mulher em Portugal a entrar num mundo até então reservado aos homens – a engenharia. Formou-se em 1937 em Engenharia Civil, no IST, e inscreveu-se na Ordem no ano seguinte.

No entanto, o sucesso profissional que viria a conhecer, apesar do contexto profissional altamente masculinizado, deveu-se a conceitos tão ricos como o espírito lutador, inconformismo, personalidade forte e muita coragem. Coragem, inclusivamente, para projetar prisões e para, mais uma vez de forma pioneira, colocar nos seus projetos preocupações relativamente a ações sísmicas.

A Engenharia cria soluções. Engloba os atos de avaliar, pensar, estudar, projetar, executar, nas mais diversas áreas. Não pode estar sujeita à avaliação do género, mas sim à capacidade técnica e profissional do indivíduo que pratica o ato de engenharia.

Nesse sentido, o que define bons engenheiros — independentemente do género — são as suas aptidões, habilidades para desenvolver soluções e competências para lidar com os desafios impostos pela profissão.

Portanto, neste dia importa relembrar que o lugar de uma mulher é onde ela quiser, inclusive, na Engenharia!