COP26 – O papel da construção no aquecimento global

COP26 – “Conference of the Parties” – é o órgão decisório associado à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, tratado resultante da Cimeira da Terra que ocorreu no ano de 1992 no Rio de Janeiro. A primeira conferência teve lugar em 1995, em Berlim, e este ano, ocorre a 26.ª conferência, na cidade escocesa de Glasgow.

Para melhor perceção dos resultados efetivos destas Convenções, foi na COP3, em 1997, que foi assinado o tratado de Kyoto e, em 2015, na COP21, foram assinados os Acordos de Paris.

O cumprimentes destes acordos, lamentavelmente, não tem tido a adesão desejável por parte de todos os estados membro, no entanto, fornecem ferramentas que permitem uma análise efetiva das condições ambientais do nosso planeta.

Cada vez mais se pressente um ponto de não retorno, caso não se alterem comportamentos. Daí esta COP26 ser definida como a “última oportunidade para salvar o planeta”. Apesar da carga dramática que este epíteto aporta, os dados que todos os dias são revelados, não são animadores e é tempo de agir.

O setor da construção representa 38% das emissões globais de carbono, pelo que é uma área onde é premente uma mudança de paradigma, convertendo o modelo atual da prática construtiva, que é orientado por considerações económicas de curto prazo, num modelo de construção sustentável, que terá que se pautar por opções que privilegiem a qualidade e eficiência do edificado a longo prazo, a um custo suportável para os promotores.

Esta estratégica, implicará a adoção de materiais e soluções construtivas que minimizem a utilização de água, matérias primas, energia e ocupação de solo, tendo em conta o ciclo de vida completo do edifício.

Para este efeito, é fundamental a criação de um sistema de avaliação para obtenção do custo global de uma construção, que é resultante do seu custo ambiental, social e económico. Este sistema deverá ser tão abrangente quanto possível, e uniforme entre estados membro. Já se encontram implementados alguns sistemas de classificação, nomeadamente o sistema LEED nos E.U.A., BREEAM no Reino Unido, HQE em França e CASBEE no Japão.

Esta diversidade de métodos exigirá, a breve trecho, uma uniformização e clarificação de critérios técnicos e científicos, para que a comparabilidade entre edificações seja uma realidade e seja possível pontuar os materiais e métodos construtivos, que contribuem decisivamente para uma redução de emissões de CO2 e a minimização do impacto do setor no aquecimento global.

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