cidades 15 m

AS CIDADES “15 MINUTOS” – o conceito urbano que se evidenciou e se perspetiva no pós pandemia.

AS CIDADES “15 MINUTOS” – o conceito urbano que se evidenciou e se perspetiva no pós pandemia.

 

Já imaginou poder fazer o seu dia sem necessidade de recorrer a transportes? Ter respostas às suas necessidades diárias a uma distância de 15 minutos a pé?  Ir para o trabalho, ou para a escola, ao mercado, ao posto de saúde, aos serviços… sem perder tempo e dinheiro em deslocações?

Este é o conceito da “cidade dos 15 minutos” onde todas as pessoas possam ter acesso a equipamentos, comércio e serviços essenciais a uma distância a pé de 15 minutos. Nesta cidade evitar-se-iam deslocações equivalentes a 1 dia de trabalho por semana.

Um dos grandes problemas atuais das cidades está na mobilidade, que acontece maioritariamente com recurso a transportes próprios ou públicos. Vive-se num local, trabalha-se a uns quilómetros mais adiante, faz-se compras de bens numa outra zona comercial, e as deslocações tornam-se uma necessidade, gerando problemas de trânsito e tirando-nos tempo e dinheiro.

Vivemos tempos críticos em termos ambientais e a pandemia veio mostrar o quanto é possível reduzir o impacto da poluição se houver redução na deslocação de pessoas. Neste último ano as emissões mundiais de dióxido de carbono tiveram uma redução histórica de 7%, devido ao confinamento que obrigou as pessoas a ficar em casa, viajando menos de carro e avião. Mas o confinamento não será solução no combate às alterações climáticas. O planeamento das cidades, a forma como se vive o presente e pensa o futuro, deve apontar soluções que não a cidade da mobilidade. Em vez de investirmos muitos milhões na criação ou capacitação das vias, porque não investir em novos conceitos urbanos onde se promova a micromobilidade? Uma cidade composta por várias “aldeias”, onde se recupere o sentido de vizinhança, de solidariedade de bairro, onde não seja necessária a deslocação diária e se promovam hábitos sustentáveis traria melhor qualidade de vida aos seus habitantes e de certo contribuiria para um planeta ambientalmente mais saudável.

As cidades atuais estão fragmentadas em bairros só de habitação, outros só de serviços, zonas comerciais, que nos obrigam a deslocar porque se promove a concentração de bens e serviços. O teletrabalho reduziu as distâncias percorridas, o confinamento concentrou as pessoas nos seus bairros e despertou novas formas de viver na cidade. Poder ter tudo na proximidade passou de utopia a propósito. Segundo o autor do conceito das “cidades de um quarto de hora”, Carlos Moreno, “a melhor mobilidade é mais reduzida, opcional, descarbonizada, feita a pé ou de bicicleta. Para isso é preciso que as pessoas tenham ao seu alcance as funções essenciais: habitação, trabalho, aquisição de bens, saúde, educação e distração.”

Os edifícios, para além dos seus usos específicos, seja uma escola, uma biblioteca, ou até um espaço comercial, devem poder ser espaços de acolhimento e encontro das comunidades, diversificando e rentabilizando o seu uso de forma a contribuir para uma micromobilidade.

Sempre com a sustentabilidade no horizonte, teremos todos que apostar na qualidade de vida das populações, planeando e desenvolvendo um futuro melhor para todos.

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